Adeus ao dono da bola e amigo fraterno!
Tive o privilégio de ver João Santos (ou Jone, como eu o chamava) jogar futebol. É bem verdade que não foi no auge de sua forma física, mas sua habilidade ainda era a mesma de quando começou no EC Palmeirense. No time do Pau D’Alho, ele foi dono absoluto da lateral esquerda entre as décadas de 1960 e 1970. Mais tarde, como treinador, tentou passar para seus comandados como ser um bom jogador de bola e cidadão honrado. Nascido Índio no dia 14/04/1945, no bairro de Palmeiras, Jone conquistou ao longo de sua vida esportiva e profissional uma legião de amigos e admiradores.
Depois de acompanhá-lo no futebol como radialista e jornalista, fui ainda seu companheiro de diretoria no Palmeirense e confrade na Academia de Letras, Ciências e Artes de Ponte Nova (Alepon). Jone era poeta, e dos bons. Trazia nos seus textos um forte apego à terra natal e sua forte fé em Deus. Dono da Cadeira nº 04 (Poesia) e tinha como patrono o escritor Olavo Bilac. Era um profissional correto e dedicado como contador e pai amoroso de Bethânia, Vinicius e Marina. Em 1996, Jone escreveu o poema: “A Princesa Ponte Nova”. Registro aqui a primeira estrofe para mostrar o quanto ele amava sua terra: “Num berço amado e muito aconchegante, em meio às águas do rio Piranga, nasceu uma bela cidade, altaneira: Ponte Nova, da Mata verdejante.”
Jone foi amigo dos amigos. Sincero e franco sempre encontrava uma palavra de estímulo e conforto para quem precisasse nas horas difíceis. Ele segue sua jornada em direção a Casa do Pai. Vai deixar saudades não só nos seus familiares, mas em todos que tiveram o privilégio de conviver com ele.
Hoje o futebol de Ponte Nova está de luto!
Texto: José Alfredo Padovani 18 de maio de 2022.